Mutirão de construção do Parquinho

O projeto chegou ao momento do mutirão da construção do parquinho. A área está limpa, o canteiro foi montado, a burocracia foi resolvida e a madeira está tratada.

Convidamos então todos os colaboradores e simpatizantes para participar dessa etapa que será realizada nos dias 10 e 24 de agosto, dois sábados. A atividade está programada para começar de manhã e durará o dia inteiro, incluindo uma refeição reforçada para todos os participantes.

Interessados, pedimos a gentileza de entrar em contato pelos emails ou página do Facebook do epa! para combinarmos as caronas.

Obrigado!

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Exposição de fotos na Plenária

No sábado, dia 20 de abril foi realizada a atividade de reinauguração dos trabalhos da extensão junto as crianças do Dom Tomás.

O cenário escolhido foi a Plenária da Comuna para abrigar a montagem e instalação da exposição das fotos tiradas durante a atividade da Deriva Rural. A proposta foi lamber as imagens e pedaços recortados em papel de seda de diversas cores nos espelhos dos degraus que compõem a assembleia formando um grande e vivo mosaico.

Cabe destacar também a participação das crianças na montagem da exposição. O aprendizado de uma nova prática promove uma autonomia dos indivíduos e uma experiência enriquecedora em algum aspecto. Foi proposto que elas colassem as fotos em que aparecem junto com algum amigo ou parente ou que tivesse uma simbologia muito forte, assim elas também se apropriaram da exposição, algo que talvez não fosse possível se ficassem alheias ao processo. A intenção de tornar a intervenção “permanente” fazia parte dessa proposta de pertencimento.

Também levamos algumas caixas grandes de papelão que foram prontamente transformadas em túneis, abrigos, casas, castelos, e o que mais surgisse na imaginação delas. Promovemos no final um lanche com cachorro quente.

O coletivo acredita que a instalação ocupou o espaço e deu uma nova significação a ele. Há que se destacar que, com o atual uso do antigo edifício da Ciranda como Posto de Saúde, a ocupação da Plenária é bastante relevante para a Comuna.

Agradecemos a ajuda e participação do Mister Basurama e Mariana Seiko Sakurada.

Guerrinha de bexigas d`água

Nossa última atividade de 2012 fazia parte de um bloco de atividades, com o objetivo de explorar os espaços da comuna. Nossa intenção era de que as crianças pudessem intervir num espaço do projeto com alguns materiais diferentes. Para tornar mais divertido, introduzimos a ideia da guerra de bexigas d’água.

Os materiais utilizados para a intervenção foram papelões, tecidos, papéis, tintas, fitas adesivas e cordas. (Os papelões conseguimos gratuitamente de supermercados, enquanto os tecidos foram doados por um amigo da FAU, Thiago Lee. As bexigas foram compradas com a verba que temos da Pró-Reitoria e outros materiais, como papel, barbante, cola, etc. vieram da Ciranda¹.)

Nós também convidamos alguns colegas: Ana Paixão, Flávio, Natália, Ari, Mariana e Ana Paula. Eles nos ajudaram na operação desta atividade, que necessitava de muitas pessoas para organizar as crianças, encher as bexigas de água, ajudar as crianças a executar suas ideias na intervenção dos espaços, etc. E eles, claro, também participaram da brincadeira em si, que era a Batalha de Bexigas!

A princípio, tínhamos pensado em dois lugares para intervenções: um espaço existente entre o atual parquinho e a Ciranda, e, o espaço da Plenária². Porém, no dia da atividade, percebemos que apesar de esses espaços estarem muito próximos, não eram seguros para uma Batalha de Bexigas. Pedimos, então, que as crianças ocupassem apenas o espaço entre a Ciranda e o parquinho.

Crianças, extensionistas e convidados foram divididos em dois grupos. Cada grupo tinha seu espaço, e, material de intervenção. Houve um tempo para que os grupos construíssem seus cenários e entregamos suas bandeiras para que as escondessem. O objetivo era que quando a batalha começasse, um grupo fosse atrás da bandeira do outro, vencendo quem conseguisse fazer isso primeiro.

Os grupos foram muito criativos na montagem de seus espaços: amarraram tecidos nas árvores, fizeram uma pequena cabana, criaram barreiras. Inclusive, algumas crianças montaram vestimentas como armaduras, escudos, faixas de cabeça, capacetes, máscaras.

Para nós, extensionistas, era muito claro que tínhamos atingido o objetivo principal: a intervenção no espaço com aqueles materiais. No entanto, não sabemos se para as lideranças da Comuna e para as crianças isso ficou claro. Apesar do longo tempo que elas passaram intervindo no espaço, aparentemente, elas entenderam que aquele não era o objetivo principal, e sim, a batalha de bexigas.

Ainda assim, saímos satisfeitos com a atividade, pois as crianças foram além do esperado: não apenas intervieram no espaço, mas também foram capazes de se colocar naquele espaço transformado e transformar a si mesmos, criando além do cenário, um figurino para a batalha.

Nós, arquitetos, muito preocupados com as questões espaciais, pensamos muito pouco nas outras possibilidades de intervenção. Enquanto que para as crianças não há limites para o que possa ser imaginado e criado. Isso reforçou uma ideia que já tínhamos antes de iniciar nossas atividades: queremos brinquedos que não sejam limitadores da capacidade criativa das crianças. Afinal, brincar não se restringe a brincadeiras e brinquedos com nome e regras. Tudo é brincadeira.

1. Ciranda é o espaço que abriga as crianças no período em que não estão na escola convencional. Na Comuna Dom Tomás Balduíno, a Ciranda está provisoriamente em uma casa que abrigaria a farmácia.

2. Plenária é um espaço como um anfiteatro. Foi construída para as assembleias e reuniões da comuna.

Metodologia do projeto

Por se tratar de um projeto participativo, atentamos para a ideia de que não queremos estender algo até a comunidade. Somente a técnica e teoria da universidade não seria suficiente para o que acreditamos ser a construção do conhecimento inserido em um projeto de extensão universitária. Portanto, para propor as atividades, nos orientamos por etapas que entendemos serem importantes para a construção do projeto. Durante a elaboração do primeiro bloco de atividades, chegamos à conclusão de que nossa aproximação com as crianças e a liderança da Ciranda deveria ser o passo inicial para os primeiros contatos do coletivo. Além da possibilidade de nos conhecermos, vemos essa aproximação como parte do processo de desenvolvimento conjunto do trabalho. A partir deste passo, a proposta foi conhecer a realidade das brincadeiras e dos espaços das crianças. Queríamos observar de que modo elas vêem e se apropriam da Ciranda e da comuna. Assim, essa segunda etapa é essencial para a construção do projeto, já que vamos intervir em um lugar pertencente a elas. Nossa intenção é de que os espaços recreativos participem da realidade das crianças, de maneira que integre o que elas entendem por brincar. A etapa seguinte é a própria construção dos espaços para brincar. A proposta de trabalho foi dividida nas três etapas descritas acima, que chamamos de blocos 1, 2 e 3. Em cada um dos blocos realizamos diferentes atividades com as crianças, de modo que cada parte necessita da outra para se desenvolver. O bloco 1 teve como tema ‘Apresentação e aproximação às crianças’. Neste bloco, nossa intenção foi nos apresentarmos às crianças como um coletivo extensionista que se propunha a desenvolver atividades junto à liderança da Ciranda e conhecermos do que as crianças brincam. Inicialmente não dissemos a eles sobre a construção de um parquinho a fim de não criar nelas expectativa, considerando as eventuais dificuldades e atrasos no decorrer do projeto, além de não termos ainda algo pensado como resultado de projeto.

O tema do bloco 2 foi ‘Exploração dos espaços da comuna’. Nesta etapa do projeto, propusemos atividades em que as crianças nos apresentassem a comuna a partir de um mapa feito por elas mesmas e de uma deriva. Na ultima atividade, as crianças recriaram espaços a partir de tecidos e papelões para uma guerra de bexigas. Estamos agora em processo de preparação da terceira etapa das atividades. Para o bloco 3 temos a intenção de envolver não somente as crianças e adolescentes, mas o pais e outros moradores da comuna. O envolvimento dos pais possibilita nossa aproximação junto a eles, desenvolve um senso de apropriação e responsabilidade do que está sendo construído e, com isso, o desejo de uso e preservação. Assim, o momento da construção participativa acontece para a geração de um produto e também para a própria valorização do que está sendo desenvolvido. Propomos uma diretriz de projeto que tem como princípio o contato com as crianças, de modo que desenvolvamos um trabalho que explore o que há de possibilidade no espaço da comuna e que seja comum às crianças.